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A travessia do Vale do Pati é um passeio totalmente incrível e imperdível na Chapada Diamantina. Uma verdadeira imersão na natureza e cultura local. Cercado por enormes paredões que compõem paisagens maravilhosas, o vale abriga também diversas cachoeiras.

Essa região foi totalmente devastada pelo garimpo e o cultivo de café. Hoje em dia é uma área preservada, foi reflorestada e ali vivem apenas algumas famílias que já estavam no local há muito tempo.

O Pati oferece uma grande gama de possibilidades de trilhas, mas por ser um local de difícil acesso, em que não entram veículos, o usual é se fazer a travessia, que reúne os principais atrativos do vale em um caminho que começa de um lado e termina do outro.

No Vale do Pati não há nenhum sinal de telefone e internet e isso é ótimo! Uma super oportunidade de se desconectar e vivenciar a viagem ao máximo.

É uma atividade para quem está acostumado com trilhas longas. São vários dias seguidos inteiros de caminhada, com muita subida e descida, embaixo de sol forte e carregando sua mochila. Leve o mínimo de peso possível, você não vai precisar de muito além de roupas finas, toalha, chapéu, protetor solar, chinelos, pijama, garrafa de água, roupa de banho, casaco e capa de chuva. Vá com uma bota antiderrapante que já esteva amaciada, para evitar bolhas.

Fazer com agência, guia ou independente: O mais comum é contratar o passeio completo direto com alguma agência, são muitas opções. Eles organizam todo o transporte, a alimentação, hospedagem e guias. Eu fiz com a Diamantina Mountains e gostei muito. Também é possível entrar em contato direto com algum guia e organizar o passeio por conta própria junto com ele. Eu aconselho muito a companhia de um guia, mas algumas pessoas pegam os mapas da região e fazem a travessia por conta própria. Também é uma opção possível, as trilhas são demarcadas pelo constante uso e é difícil se perder. Porém é necessário ter experiência e ir muito bem preparado para ficar todos esses dias sem auxílio externo.


Transporte: A entrada do Vale por Guiné fica em um lugar de difícil acesso e é uma longa viagem por estradas de terra da cidade até lá. Quem vai de forma independente precisa contratar algum serviço de transporte para chegar até lá. A saída do Vale por Andaraí já chega direto na cidade. Dentro do Vale o único “meio de locomoção” ainda usado além da caminhada é o lombo das mulas (apenas para emergências).


Hospedagem: As hospedagens no Vale do Pati são uma atração à parte. As poucas famílias que seguem morando na região transformaram suas casas para receber os viajantes. E é uma delícia ficar com eles. Os quartos são simples, geralmente com beliches. Os banheiros tem chuveiro com água bem gelada. E o mais gostoso é a comida farta preparada com carinho para o jantar e o café da manhã. De noite, ao redor de uma fogueira, os trilheiros se reúnem para compartilhar suas histórias. Algumas casas também oferecem espaço de camping. Os valores são fechados e é necessário reservar com antecedência porque costumam lotar.


Quantos dias: Meu conselho é ficar o máximo de dias que a sua viagem te permitir. Estar no meio do vale, cercado pelos paredões e a natureza, sem nenhum sinal do mundo exterior, é uma experiência única e não da vontade de ir embora. Existem trilhas de 1 ou 2 dias e a partir de 3 dias já é possível fazer a travessia clássica de Guiné a Andaraí, passando pelo Mirante do Pati e o Cachoeirão, além de diversas lindas paisagens, rios e cachoeiras. Os dias extras são usados para fazer outras trilhas que desviam da travessia, como ao Morro do Castelo e ao Cachoeirão por baixo.


Quando ir: Em todas as épocas do ano é possível fazer a travessia. Eu fui no fim do verão, quando já choveu bastante e as cachoeiras estão cheias de água, o que é ótimo. As trilhas estavam super lamacentas e escorregadias, mas nada que impedisse a caminhada. Como era quaresma, o vale todo estava tomado pelo roxo das quaresmeiras, lindo demais!


Roteiro: começar em Guiné e terminar em Andaraí é o roteiro clássico da travessia, realmente atravessando o vale de um lado ao outro. Existem muitas outras opções, fiquei com vontade de conhecer o percurso saindo desde o Vale do Capão, bem mais longo. O roteiro que eu indico passa pelas seguintes atrações:



- Mirante do Pati

É passagem obrigatória do primeiro dia de caminhada de qualquer roteiro saindo de Guiné. Desse mirante se tem uma vista ampla e magnífica de todo o Vale do Pati. Em seguida descemos para o interior do vale, cruzando rios e pequenas cachoeiras.


- Vale do Cachoeirão

No segundo dia seguimos para o Vele do Cachoeirão, também conhecido como Cachoeirão por cima. Como o próprio nome já diz é uma cachoeira gigante, estreita e comprida. De cima se tem uma vista incrível da queda de água e de todo o vale que a cerca.



- Morro do Castelo

Essa é a trilha mais puxada, ela não faz parte da travessia, pois é ida e volta, então não é necessário levar a mochila com todo o peso. Também chamada de escalaminhada, é uma trilha de subida constante entre muitas pedras. Lá no alto existe uma formação que realmente lembra o formato de um castelo. De cima se tem uma das vistas mais belas do vale. Na volta ainda é possível seguir por uma sequência de diversas cachoeiras.



- Cachoeirão por baixo

A mesma cachoeira que foi vista de cima também pode ser visitada por baixo. Essa trilha é outro desvio da travessia. Na base da cascata os respingos de água se espalham por uma grande área, formando diversos lagos e deixando o caminho pedregoso todo úmido e escorregadio.



O último dia da travessia costuma ser reservado apenas para o regresso. Como o caminho é de muita subida e sem sombra, é importante começar cedo.

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