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O Pico dos Marins é muito famoso por ser um dos pontos mais altos do estado de São Paulo e uma montanha linda, com uma vista incrível. Além de toda a aura das histórias que a cercam, desde criança desaparecida, a atleta morto e coach irresponsável com um grupo despreparado que teve que ser socorrido por bombeiros. Eu fiz essa trilha com uma agência turística, fomos em um grupo de 10 pessoas, em dois carros.

Saímos de São Paulo de noite. A viagem foi longa e chegando perto já começou a emoção. A estrada de terra estava bem enlameada e os carros iam derrapando muito. Uma hora chegamos a ficar atravessados ao contrário no meio do caminho.

Depois dessa primeira aventura, chegamos ao sítio que fica na base da montanha. De lá saímos para a trilha no escuro, cada um com sua lanterna de cabeça. Eu acho uma delícia fazer esse tipo de caminhada, sem enxergar nada ao redor.

Após um trecho plano com muitas árvores, começa a subida pelas pedras, que se seguirá assim até o topo. O ritmo puxado até esquenta, mas o vento castiga. Nas paradas, preferimos ficar abaixados entre as moitas para nos proteger.

Em diversos trechos é preciso fazer escalaminhadas, não é necessário ter técnica nem equipamentos, apenas não ter medo e se firmar com as mãos e pés nas rochas, procurando as áreas de ranhuras e menos lisas.

O início da aurora aos poucos vai iluminando o caminho com suas luzes cor de rosa e chegamos ao cume a tempo de ver os primeiros raios de sol. As nuvens forram o horizonte abaixo de nós com um tapete branco.

O frio é tão intenso que mesmo agasalhados não aguentamos ficar lá por muito tempo. Após a contemplação de toda a volta e algumas fotos iniciamos a descida.

Na volta, descobrimos toda a paisagem que não pudemos ver no escuro. Apesar das lindas vistas, esse não é meu tipo favorito de trilha, muitas pedras e nada de vegetação, super íngreme e sem sombra.

Os trechos de escalaminhada ficam mais difíceis nesse sentido e com a visão dos abismos. Um jeito prático de descer é de costas para a pedra, com os joelhos dobrados e as mãos apoiadas. Em caso de deslize é só apoiar o bumbum.

Foi muito importante estar com uma bota antiderrapante e confortável, pois as subidas e descidas forçam muito os pés e joelhos.

Ao chegar de volta ao sítio, saboreamos um típico almoço mineiro e seguimos de volta para casa exaustos.



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