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Saí de Cusco, o umbigo do mundo, e comecei minha jornada pelo Valle Sagrado dos incas, parando em Ollantaytambo, cidade a beira da montanha que era

cultuada como um deus.

Emocionada, ali já comecei a sentir na pele o peso dessa história. Nossos povos ancestrais conheciam a energia do lugar e honravam o poder da natureza. Estavam construindo um templo ao sol, mas não tiveram tempo. Até ali chegaram os invasores espanhóis, de lá não passaram, por isso Machu Picchu permaneceu intacta. Dormi protegida pela montanha que guardou o segredo dos incas, para no dia seguinte adentrar a selva por onde faziam seus caminhos.

A manhã chegou com chuva. Pachamama pediu respeito e passamos pelos extremos de uma nevasca, que fechou as passagens, ao sol forte no meio de uma estradinha sinuosa e cheia de abismos, onde esperamos o conserto da van quebrada.

Com minhas novas companheiras brasileiras e argentinas caminhamos por horas noite adentro pela escuridão, veladas pelo céu estrelado.

Em mais uma madrugada chuvosa, dessa vez sozinha com meu foco de luz, subi uma imensidão de degraus de pedra pela selva para concluir meu último desafio com o amanhecer.

Os incas não foram um povo amigável, mas se tem algo que inspira é sua conexão com o universo. Eles souberam viver em equilíbrio e talvez por isso tenham alcançado tamanha grandiosidade.

Em um lugar de força inigualável, que não foi escolhido pelo acaso, onde as lhamas vivem livres e a natureza revela suas mais belas formas, no interior de uma cadeia de montanhas impressionante, envolto em névoa e mistérios encontrei o espetáculo que é Machu Picchu.


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