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Imagine viver em meio a Mata Atlântica, próximo de cachoeiras e do mar, produzindo alimentos saudáveis em harmonia com a floresta. Assim é morar na ecovila do IPEMA, em Ubatuba, onde a permacultura é real.

O Instituto de Permacultura e Ecovilas da Mata Atlântica oferece oportunidades de voluntariado e cursos. Foi em um curso sobre bioconstrução e produção de alimentos que eu conheci o projeto. Apesar de ter durado apenas um feriado de carnaval e ser uma pincelada um pouco superficial sobre vários assu

ntos, pude aprender bastante na prática e vivenciar os princípios da permacultura, de harmonia com a natureza.

Segundo seu criador, Bill Mollison, a permacultura consiste na “elaboração, implantação e manutenção de ecossistemas produtivos que mantenham a diversidade, a resiliência e a estabilidade dos ecossistemas naturais, promovendo energia, moradia e alimentação humana de forma harmoniosa com o ambiente”

E é assim no IPEMA, tudo está integrado, desde os dejetos que saem do banheiro seco e viram adubo na plantação de alimentos, que convive com a floresta nativa, que produz água e regula o clima. Não existe lixo ou desperdício, tudo cumpre sua função nesse ciclo virtuoso, cada elemento é valioso e

imprescindível para a sustentabilidade desse sistema.

Durante o curso, nós ficamos instalados em barracas ou dormitórios cercados pela mata nativa. As refeições servidas em um belo refeitório eram vegetarianas, provenientes dos alimentos produzidos lá mesmo ou por pequenos agricultores vizinhos. Depois do almoço ou no fim da tarde aproveitávamos para dar um mergulho na cachoeira, ali do lado. Quem quisesse passear um pouco mais longe também podia ir até a praia. E de noite nos reuníamos para jogar cartas ou conversar e cantar à luz da lua.

Nas aulas práticas de produção de alimentos plantamos um sistema completo com diversas espécies de plantas que colaboram entre si e garantem a produtividade uma da outra. Também trabalhamos na construção de uma casa de pau a pique, cobrindo as paredes com lama.

O casal de professores do curso vive lá com seus dois filhinhos pequenos. As crianças não só estão completamente adaptadas naquela vida como também participam das aulas, mostrando que na educação também se aplicam os princípios de integração harmoniosa.

Para quem está mais acostumado à vida no concreto algumas coisas incomodaram. A chuva incessante em alguns momentos não combina tanto com o que a gente idealiza para uma vida ao ar livre. Além disso, a quantidade de borrachudos lá era surreal e todos sofreram com as picadas. Talvez em uma região onde o equilíbrio da natureza não estivesse restrito a um espaço tão pequeno não houvesse uma concentração tão grande de mosquitos.

Se você se interessa em entrar em contato com esse estilo de vida, indico conhecer o IPEMA: ipemabrasil.org.br. Eu acredito que a permacultura é o único futuro viável para a vida da espécie humana nesse planeta. Preservar a natureza é garantir a nossa sobrevivência, afinal, nós somos natureza.

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