top of page

A Bravus Race é uma corrida de obstáculos bem famosa aqui em São Paulo. Eu tinha muita vontade de participar e convenci minha irmã a ir comigo. Pensava que ia ser só um monte de gente sarada correndo cada um por si, mas acabei sendo bem surpreendida.

O cenário foi uma pedreira aqui perto da cidade e não podia ser mais perfeito. Todo o visual criava uma atmosfera selvagem apocalíptica cheia de lama com obstáculos super integrados no ambiente que faziam a gente se sentir quase que lutando pela própria sobrevivência.

A largada é em levas, porque só dá para poucas pessoas passarem pelos obstáculos por vez. Então não precisa ficar lá desde o começo, é só chegar na hora da sua largada. Muita gente vai em equipes, que se apoiam para superar os obstáculos, mas a minha surpresa foi quando logo no primeiro, várias pessoas se ofereceram para ajudar eu e a minha irmã e oferecer companhia. Os obstáculos não são impossíveis de serem vencidos sozinho, mas pra quem não está tão bem treinado, uma ajudinha é sempre bem-vinda, e as vezes até necessária.

Como não tem chip de cronometragem para quem não é da “elite”, o único objetivo dessa corrida é chegar ao fim, e se divertir muito. Entre choques, fogo, gelo e muita lama, fomos passando pelos desafios da maneira que dava, as vezes sendo puxadas, empurradas e até carregadas por quem ficava feliz em ajudar e as vezes “pagando” com exercícios a punição por não passar por algum.

Ao final chegamos ao obstáculo mais temido e esperado da Bravus. Uma rampa alta e escorregadia que você tem que subir correndo. Para pessoas normais é praticamente impossível passar sozinho. Por isso um monte de gente fica lá em cima, debruçada na rampa, estendendo as mãos para agarrar quem está tentando subir. Como é realmente muito difícil de passar, acaba acumulando bastante gente que largou em levas distintas e acabou empacando lá.

Enquanto esperávamos para passar por esse obstáculo, um corredor bem gordo tentava subir distintas vezes sem sucesso. Foi então que se iniciou uma comoção para ajudá-lo. Várias pessoas se juntaram embaixo dele para empurrar enquanto outros se uniam em cima para puxar. Todo o resto dos corredores parou para torcer e incentivar. Quando ele finalmente chegou ao alto da rampa o pessoal explodiu em comemoração e alegria. E a corrida seguiu normalmente.

Depois de tudo é possível se lavar numas duchas e trocar de roupa em tendas. Nos dirigimos ao carro para voltar para casa e nos deparamos com o último obstáculo. Eu acabei deixando os faróis acesos e o carro tinha descarregado. A porta da frente, única que abria com a chave, estava travada por causa de uma batida antiga. Depois de muita engenhosidade com galhos conseguimos abrir o carro e nessa hora estava segura que podia contar com qualquer um para mais um trabalho em equipe. Ressuscitamos nossa bateria e fomos embora com a certeza de que as pessoas as vezes só precisam de um incentivo para se ajudar.


bottom of page