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Descer a estrada da morte de bicicleta é um dos passeios mais famosos para quem vai a La Paz, na Bolívia. A estrada ganhou esse nome porque era realmente muito perigosa, estreita e cheia de abismos. Vários acidentes fatais ocorreram, até que construíram uma nova e hoje ela é praticamente inutilizada pelos carros e ônibus. Para bicicletas ela oferece uma rota bem divertida e não tão perigosa.

Para encarar esse desafio você só precisa ter vontade e saber andar de bicicleta, claro. Não precisa de muito bom condicionamento físico porque é só descida, você praticamente não vai pedalar durante o caminho todo. Se você não está certo sobre fazer a Estrada da Morte, tenha em mente que a sua segurança depende de dois fatores, da empresa escolhida e, principalmente, de você. Muitas empresas oferecem um pacote que inclui a bicicleta, a descida e toda a logística necessária. Eu pesquisei bastante antes de ir, li alguns relatos e escolhi a Xtreme Down Hill (www.xtremedownhill.com). Achei a empresa bem confiável. O valor do pacote depende da bicicleta que você escolher, eu peguei a segunda pior, que já parecia oferecer conforto suficiente para a descida. Como tudo na Bolívia dá para pechinchar e o passeio todo acaba saindo bem barato. A saída ocorreu na própria agência em La Paz. Nos encontramos cedo e fomos de van até Coroico, onde fica a Ruta de la Muerte. Formamos um grupo de 4 pessoas, cada um de um país. Na beira da estrada tomamos café da manhã e vestimos roupas e equipamentos de proteção, tudo oferecido pela empresa. Um guia acompanha o grupo de bicicleta e também faz fotos e vídeos nos melhores cenários. Ele explicou como seria a descida e saímos pedalando. Ao experimentar a sua bicicleta, confira o funcionamento dos freios.

Começamos por uma estrada asfaltada, bem movimentada, para mim a parte mais perigosa. O próprio guia nos contou que já havia presenciado atropelamentos de ciclistas. O importante é ir bem pela beiradinha, o mais longe dos carros possível. Essa parte é curta e finalmente chegamos a Estrada da Morte.

O visual é lindo. Cercada de floresta, a estrada é envolta por uma névoa que cria essa atmosfera de fim do mundo. Do lado esquerdo o precipício nos acompanha, formando belos mirantes. Cachoeiras derramam suas águas direto em nossa rota. Se prepare para ficar molhado.

O caminho é todo de terra e pedrinhas, a bicicleta desce bem e não derrapa muito. O grupo não fica o tempo todo junto, cada um vai no seu ritmo. Sozinha em meio à natureza, sinto a adrenalina e uma sensação de liberdade muito gostosa.

Dá para descer bem rápido, mas é importante manter sempre o controle. É nessa parte que a segurança depende de você, quando mais próximo ao precipício mais radical e perigoso.

Quando passamos pelas partes mais bonitas, cachoeiras e grandes precipícios, o guia nos posiciona para tirar as fotos, que recebemos em um cd no final.

Durante o trajeto há uma pausa para lanche. Ao fim de 3 horas de descida chegamos em uma casa, onde tomamos banho e almoçamos. A volta a La Paz é bem longa, dá para descansar e curtir o visual. Ao fim recebemos uma camiseta de sobreviventes à Estrada da Morte.


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