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Decidi subir na Pedra da Gávea por ser uma das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro, mas também pela superação de uma trilha não tão fácil. A subida à Pedra Bonita é bem mais tranquila e a vista é bem parecida, segundo alguns até melhor. Li diversos relatos sobre a dificuldade da carrasqueira, a parte em que é necessário escalar. Duvidei de todos, afinal eu sempre desconfio porque informações de duração e nível de trilhas costumam ser exageradas. Mas talvez eu devesse ter levado mais a sério, não foi tão simples quanto eu esperava.

A trilha começa em um condomínio fechado, na Estrada Sorimá, em frente à praça Prof. Velho da Silva. Fica bem perto do metrô Jardim Oceânico. Eu desci lá e peguei um uber. O carro pode subir um trecho dentro do condomínio até onde a caminhada realmente se inicia. Essa trilha é bem movimentada e você provavelmente vai passar por muita gente, principalmente se for um fim de semana de sol.

A subida em si é tranquila. Bem íngreme, é preciso ter um pouco de condicionamento físico. Alguns trechos têm correntes e as raízes e galhos de árvore também ajudam. Se você tiver sorte pode encontrar quatis, eles vão em busca das comidas dos visitantes, mas não devemos alimentá-los. Há uma bica de água potável no caminho, aproveite para se abastecer.

Quase chegando ao final, tem um local em que é possível apreciar a vista e também a Pedra da Gávea, na parte em que parece um rosto. Ninguém sabe se aquilo foi obra da natureza ou se foi esculpido pelo homem.

Chegando à carrasqueira parece que nem é nada demais. E não é mesmo, muita gente sobe com facilidade. Há um último aviso sobre a necessidade de uso de material de escalada e o risco de morte. O risco é real, pois aquilo é uma escalada na beira de um precipício, mas todo mundo sobe, sem equipamento mesmo e sem ter experiência. Encontrei uma família com criança que decidiu terminar a trilha por lá mesmo, eu acho bem sensato não levar crianças. Já um cachorro que acompanhava seus donos subiu com a maior facilidade. Para quem não tem experiência, como eu, o segredo é observar as vias por onde as pessoas estão subindo, escolher a que parece mais fácil e seguir alguém. Cada lugar que a pessoa colocar o pé e a mão você imita em seguida. Se você olhar para baixo dá um pouco de medo, mas é só se manter colado à pedra. O que me deixou mais preocupada é que se alguém escorregar quem está abaixo pode acabar caindo. Para quem não se sentir seguro para arriscar, geralmente há guias lá oferecendo a subida com equipamentos de segurança.

O fim é um alívio e você já está quase terminando a trilha. Chegando no topo a vista é realmente maravilhosa, mas ainda não estamos em cima da Pedra da Gávea. Para ir até ela, é necessário descer uma parede de pedra e encarar outra subida não tão fácil. Tranquilo para quem acabou de passar pela carrasqueira. Lá de cima dá para ver as praias da zona sul, Morro Dois Irmãos, Corcovado e Pão de Açúcar de um lado, e a praia da Barra e a zona oeste do outro, além da imensidão de mar e da bela paisagem de mata atlântica do parque da Tijuca.

Desde que cheguei lá em cima fiquei um pouco ansiosa pensando na volta. A descida pode ser mais complexa do que a subida, porque você não vê onde vai pisar. Naquela hora havia um guia acompanhando dois turistas na carrasqueira e ele jogou uma corda para ajudar a dar apoio. Várias pessoas aproveitaram para usar a corda também, inclusive eu. Deu uma sensação de segurança a mais, mas não tirou a dificuldade e o medo.

O resto da descida vai rápido e logo você já está de volta. Eu sugiro ir cedo e voltar para o almoço, a subida demora e pode ter fila para subir a carrasqueira. Além disso você vai querer ficar bastante tempo apreciando a paisagem lá em cima. Reserve umas 5 horas no total e leve água e alimentos. Qualquer um pode fazer a trilha da gávea, é um passeio maravilhoso. Mas não faça nada sem se sentir seguro, a carrasqueira é realmente arriscada, só enfrente a subida se você estiver confiante. Debaixo dela a vista também é bonita e já vale a pena.

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